Pequi é a fruta mais tradicional do sertão do Brasil.

O pequi é fruto do pequizeiro, árvore nativa e símbolo do cerrado brasileiro muito consumido em diversos estados brasileiros do centro-oeste, nordeste e norte do país.

Também pode chamá-lo de piqui, piquiá-bravo, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, pequiá, pequiá-pedra, pequerim, suriá e piquiá. Em tupi-guarani, a palavra significa “casca espinhosa”

A árvore ocorre mais nos estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Tocantins, São Paulo e Bahia.pq

Em homenagem à fruta, existe uma cidade no Tocantins chamada Pequizeiro, e na cidade de Talismã acontece a 15 anos o Festival do Pequi, que elege entre tantas atrações a Miss Pequi.

A temporada do fruto bem é definida, durando apenas de outubro até março, durante o verão. Exatamente por ser no verão sua estação, que as compotas são muito comuns. Para as frutas maduras não estragarem, o melhor é cozinhá-las para consumir fora da estação.

Não é só a polpa do pequi que é utilizada, os empregos dele são diversos, desde a raíz, madeira, folhas, sementes e casca. Seus subprodutos vão desde compotas, conservas, óleo até sabão.

Na culinária tradicional, diversos pratos do centro-oeste levam pequi como carro chefe, como por exemplo o “Arroz com Pequi”, “Lagarto com Pequi”, “Frango com Pequi”, “Milho verde com Pequi” além do delicioso picolé da fruta, produzido pela Frutos do Brasil.

Na gastronomia dos chefs renomados, o pequi também brilha.  Passou de ingrediente na mão de Alex Atala (cupim com purê de pequi na foto abaixo) até brigadeiro de pequi.alex atala pequi

A grande contribuição do pequi para os bares sempre foi o conhecido e exótico licor de pequi, que pode ser encontrado com grande facilidade no nas capitais dos estados citados acima.licores-corby900

Na forma de licora fruta quase sempre perde a potência de sabor e se torna um ingrediente leve e aromático, principalmente por conta da baixa qualidade da produção de licores artesanais na maioria do país.

As marcas mais famosas, Corby e Cuiabano, abusam na doçura e trazem apenas uma leve presença da frutinha. Normalmente são feitos com base alcoólica neutra, adição de açúcar e a polpa. São comumente bebidas após refeições.

A cervejaria goiana Colombina  lançou sua Saison do Pé Rachado com 4,8% de álcool.
Em 2014 as cervejarias mineiras Falke Bier e Wals também criaram em parceria a Uai Pequi Ale, uma India Pale Ale de edição limitada.
O folclore da região afirma que consumir pequi com cachaça em dias de sol dá dor de barriga, o que como é de se imaginar. não exista nada comprovado em relação à isso.pequiO bartender Laercio Zulu, do Anexo São Bento, em São Paulo, explica que a peculiar fruta do cerrado tem sabor marcante e pode sobressair demais em relação aos outros ingredientes, mas que se usado com delicadeza e cuidado, pode agregar muita autenticidade ao sabor.

Quando usou em seus testes e criações, preferiu trabalhar com o fruto em infusão à cachaça branca. Zulu acredita que os fizzes, sours e tônicos combinam bem com o fruto.

Maria Bento, da Bento Consultoria e Eventos, costuma usar o pequi em conserva, que vem diretamente do Ceará.
Ela alerta para os perigos dos espinhos da fruta. Segundo Bento, ele se parece com um abacate na forma, é preciso retirar a casca grossa por fora, e então também o caroço, para consumir apenas a polpa.
Muito cuidado com a retirada dos espinhos do caroço. Melhor evitar morder diretamente e sim raspar com uma faca a polpa.no beer

Aromático, cor adequada para alguns coquetéis e extremamente potente em sabor. Por isso ela aconselha muito cuidado para não ultrapassar no sabor desejado.

O premiado bartender Marcelo Serrano, criou para a carta autoral da casa o No Beer, receita que combina gim, licor St Germain, pequi, lichia, limão, açúcar e tônica como na foto ao lado.

O resultado você pode experimentar no Brasserie des Arts, em São Paulo.

Aproveite a temporada que já iniciou, faça seus testes e conte para nós.

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